segunda-feira, 20 de junho de 2011

Clube de Poesia

No mês que se inicia com o Dia Mundial da Criança, aqui fica um belo poema:

A Criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito…
… A ser para o homem a
Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,
Pois só é livre, feliz
Quem pode deixar crescer
Um corpo são,
Quem pode deixar descobrir
Livremente
O coração
E o pensamento.
Este nascer e crescer e viver assim
Chama-se dignidade.
E em dignidade vamos
Querer que a criança
Nasça,
Cresça,
Viva…
…E a criança nasce
E deve ter um nome
Que seja o sinal dessa dignidade.
Ao Sol chamamos Sol
E à vida chamamos Vida.
Uma criança terá o seu nome também.
E ela nasce numa terra determinada
Que a deve proteger.
Chamemos-lhe Pátria a essa terra,
Chamemos-lhe antes Mundo…
…E nesse Mundo ela vai crescer.
Já sua mãe teve o direito
A toda a assistência que assegura um nascer perfeito.
E, depois, a criança nascida,
Depois da hora radial do parto,
A criança deverá receber
Amor,
Alimentação,
Casa,
Cuidados médicos,
O amor sereno de mãe e pai.
Ela vai poder
Rir,
Brincar,
Crescer,
Aprender a ser feliz…
…Mas há crianças que nascem imperfeitas
E tudo devemos fazer para que isto não aconteça.
Vamos dar a essas crianças um amor maior ainda.
E a criança nasceu
E vai desabrochar como
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro,
E
Uma flor,
Uma árvore
Um pássaro
Precisam de amor – a seiva da terra, a luz do Sol.
De quanto amor a criança não precisará?
De quanta segurança?
Os pais e todo o Mundo que rodeia a criança
Vão participar na aventura
De uma vida que nasceu.
Maravilhosa aventura!
Mas se a criança não tem família?
Ela tê-la-á, sempre: numa sociedade justa
Todos serão sua família.
Nunca mais haverá uma criança só,
Infância nunca será solidão.
E a criança vai aprender a crescer.
Todos temos de a ajudar!
Todos!
Os pais, a escola, todos nós!
E vamos ajudá-la a descobrir-se a si própria
E os outros.
Descobrir o seu mundo,
A sua força,
O seu amor,
Ela vai aprender a viver
Com ela própria
E com os outros:
Ela vai aprender a fraternidade,
A fazer fraternidade.
Isto chama-se educar:
Saber isto é aprender a ensinar.
Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar…
Será o sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes…
A criança é um mundo
Precioso
Raro.
Que ninguém a roube,
A negoceie,
A explore
Sob qualquer pretexto.
Que ninguém se aproveite
Do trabalho da criança
Para seu próprio proveito.
São livres e frágeis as suas mãos,
Hoje:
Se as não magoarmos
Elas poderão continuar
Livres
E ser a força do Mundo
Mesmo que frágeis continuem…
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,
Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno:
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças,
Nem classes sociais:
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende,
Nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!

Semana do Agrupamento

O espaço da Bilioteca Escolar voltou a ser palco de exposições de trabalhos de Língua Portuguesa, História e de Área de Projecto.



















Também contou com a projecção de trabalhos realizados por alunos de História.
Na quinta-feira, recebeu, novamente, os alunos do 5ºG que representaram a peça "Partilhar as Diferenças" e voltaram a dançar.




Os alunos do 6ºE receberam receberam cada um deles uma caderneta Geronimo Stilton e uma saqueta de cromos, pela participação no Concurso "Quem conta um conto... acrescenta um ponto", enviadas pelo semanário Sol, especialmente para a turma do aluno que representou a escola no referido concurso.


Na sexta-feira, os Recrutas da Ajuda, alunos do 6ºG, efectuaram sessões de sensibilização sobre o abandono dos animais, com intuito de prevenir este tipo de comportamento.




Muito obrigado a todos pela colaboração e participação nas actividades.

domingo, 5 de junho de 2011

Clube de Poesia

Durante a Semana do Agrupamento, o clube dinamizou duas actividades.
Em primeiro lugar, construiu um "Xadrez de Poesia".



Em segundo, apelou à participação dos alunos para escreverem os seus poemas no "Mural de Poesia".










Sem a vossa colaboração, todas as actividades propostas incialmente pelo Clube não seriam possíveis, por isso, a professora responsável por este projecto agradece a todos aqueles que se empenharam e ajudaram a concretizar todas as actividades

Escrita Criativa

Durante o primeiro período, a Bliblioteca Escolar desafiou os professores de Língua Portuguesa a incentirarem os seus alunos a escrever histórias, no âmbito do concurso de Escrita Criativa. Os professores poderiam entregar os textos das suas turmas até ao final do segundo período.
Agora, a Bilioteca Escolar desafia toda a comunidade escolar a escolher o vencedor, através da votação que coloca à vossa disposição na barra lateral.


Os treze fantasmas


Há muito tempo numa cidade longínqua o João, o Joaquim e o Jaime mais os seus amigos decidiram ir a uma biblioteca procurar informações sobre fantasmas.
Como não encontravam nada sobre o assunto, procuraram nas prateleiras de História e nada… Depois de muito procurar, viram no fundo de uma estante um livro muito velho, cheio de pó, assustador, como se já não fosse aberto há muito, muito tempo… Porém, havia um problema, o livro estava escrito em latim e nenhum dos amigos percebia nada do que lá estava escrito. Então, o Joaquim, o mais inteligente e astuto dos três irmãos, teve uma ideia:
- Vamos procurar um dicionário de Latim. – disse o Joaquim.
- Não, não vamos perder tempo com isso. – reclamou o Jaime, o mais preguiçoso de todos.
- Abre o livro para vermos como é por dentro. – disse o João, que era o mais curioso e o mais corajoso. – Pode ser que esteja escrito noutra língua e só o título apareça em latim.
- Estou curiosa. Abre o livro depressa. Tem alguma imagem? – perguntou a Leonor, uma das amigas dos três irmãos.
Abriram o livro e repararam que, em todas as páginas, estava escrita a mesma frase com a mesma imagem. A frase era: “nihil est simul perfectum et inuentum”.
- O que significará? Não faz sentido aparecer sempre a mesma frase em todas as páginas? – perguntou a Andreia, irmã da Leonor.
Enquanto o Joaquim foi buscar o dicionário, os outros pensaram no significado da imagem.
A Sofia, uma das amigas, pensou em requisitar o livro e levá-lo para sua casa, pois assim teriam mais tempo para pensar no significado da frase e da imagem.
Então, o Joaquim pensou em fazer o mesmo com o dicionário. Seria mais fácil para todos terem o livro e o dicionário.
A Sofia, muito inteligente, disse a todos que o livro não iria ficar em sua casa muito tempo, porque os seus pais podiam deitar o livro no lixo por ser tão velho ou podiam decidir vendê-lo, já que os livros antigos são muito valiosos.
A Leonor, muito desconfiada, disse:
- E que tal se cada um ficar com o livro cada dia da semana… A Sofia fica com o livro hoje, a Andreia amanhã, eu na quarta-feira e os três irmãos nos restantes dias. Depois, no domingo, encontrar-nos-emos todos à porta da biblioteca e trocaremos ideias sobre o que encontrarmos até lá.
Os dias passaram, os amigos não encontraram nada e no domingo lá estavam todos à porta da biblioteca.
Olharam à volta, não viram ninguém e resolveram entrar.
Como a biblioteca estava vazia, eles decidiram ficar por lá e aproveitaram para passar lá a noite.
O João, curioso como sempre, encontrou uma pista. Ele reparou que na contra capa havia uma mão desenhada e resolveu olhar melhor para a imagem. Verificou que não era uma mão qualquer, mas um conjunto de mãos.
A Andreia olhou para a imagem e disse:
- Tenho uma ideia. Vamos juntar-nos todos e colocar as nossas mãos esquerdas em cima da imagem.
E assim o fizeram.
De repente, caíram no chão e acordaram num local que desconheciam. Olharam à volta e ao fundo da sala viram uma pequena porta, que estava tapada por um pano. Ao lado, estava um livro.
Esse lugar era a biblioteca dos tempos futuros. Eles começaram a olhar para todos os lados e, subitamente, uma imagem chamou a atenção do grupo de amigos. Resolveram aproximar-se e ver melhor. A imagem estava um pouco queimada e cheia de pó. “Que estranho” pensaram.
O João, curioso, tentou limpar o pó do quadro e, quando conseguiu, voltaram a olhar melhor e descobriram que eles estavam na imagem e estavam na biblioteca.
Entretanto, a Sofia tropeçou num objecto desconhecido. E ao apanhá-lo viu que era uma câmara de filmar. À sua frente estava um grande ecrã. Pensou em ver se a câmara tinha alguma coisa e quando ligou o ecrã, ouviu um grande estrondo.
Tentou saber o que se passava e chamou os amigos.
Todos olharam, surpreendidos para o ecrã, pois os livros e outros objectos da biblioteca mexiam-se sozinhos, como se tivessem pernas.
- Que estranho! – pensou o Jaime. – Como é que os livros se mexem sozinhos? Não são humanos? – perguntou o Jaime.
- Então, não vês que há ali fantasmas!? – replica o Joaquim.
- Fantasmas? Mas todos sabemos que não existem fantasmas. – insiste o Jaime.
De repente, ao lado da Sofia, um livro caiu ao chão sem ninguém lhe mexer.
- Agora começo a ficar com medo. – disse a Leonor. – Acho que é melhor encontrarmos depressa uma saída para voltarmos às nossas casas.
- Espera. Vou ver o que o livro tem escrito. – disse o João.
- Olhem, é o mesmo livro que encontrámos anteriormente e levámos para as nossas casas. – afirmou a Sofia.
- E que tal se voltarmos a repetir a frase que está escrita em todas as páginas. – disse o Joaquim.
- Espera! Já que estamos na biblioteca do futuro, vamos dar uma olhadela pelo espaço e ver se existem coisas novas. – disse o João.
Então, andaram um pouco por aquele espaço e descobriram que havia muito poucos livros em papel. Agora os livros eram todos digitais e não era preciso ler, pois ao carregar numa tecla, uma voz saía do livro e contava tudo o que se passava lá e, ainda, nos explicava algumas expressões e assuntos tratados no livro.
- Olhem, este livro também tem um botão para tradução noutras línguas.
- Tive uma ideia! – exclamou o Guilherme, que era tímido e não gostava muito de falar.
- Conta. – insistiram os outros.
- Já que temos um tradutor, porque não tentar traduzir a frase do Latim para Português? – perguntou o Guilherme.
- Tens toda a razão! – exclamou o Jaime, elogiando a sua sensatez.
A Andreia escreveu rapidamente a frase no livro e carregou no botão. Entretanto, um momento de silêncio profundo. Nada surgiu no ecrã do livro.
- Espera, Andreia falta uma letra na palavra “nihil”. Esqueceste-te do h.
- Pois, mas com a nova forma de escrita, o h quase morreu.
Eles voltaram a escrever a frase e apareceu o significado verdadeiro: “Nada é simultaneamente criado e perfeito”.
- O que significará esta frase? – perguntou Jaime muito pensativo.
- Jaime, esta frase quer dizer que estamos sempre a aprender e continuaremos a fazê-lo ao longo da nossa vida. – afirmou Joaquim, convicto do que dizia.
Todos concordaram com ele, pois sabiam que era o mais inteligente e se estava a dizer aquilo, era porque tinha toda a razão.
Porém, assim que leram e comentaram a frase, caíram num precipício e de repente acordaram... Afinal, tudo não passou de um sonho, pensaram, sem trocarem qualquer palavra entre si.
Quando olharam à sua volta, viram que estavam na biblioteca. Na verdade, esta era a sua casa e eles não passavam de fantasmas. E eram fantasmas, porque como a biblioteca estava cheia de gente, eles tentaram falar com as pessoas e abraçá-las. Mas ao passarem por entre as pessoas, elas não davam pela sua presença.
Uma das muitas pessoas virou-se para um amigo e disse:
- Acho que não estamos sozinhos.
- Claro que não estamos sozinhos! – exclamou o amigo. – Estamos numa biblioteca, que, por acaso, está cheia de gente!
- Sinto qualquer coisa estranha… perto de nós… É como se alguém estivesse a tocar-me no braço.
Os dois amigos olharam à sua volta e um livro caiu ao chão.
Nesse livro, descobriram que a biblioteca tinha sido incendiada e que treze amigos tinham morrido queimados. Havia fotografias de todos e rapidamente verificaram que as suas próprias caras estavam entre os mortos.
Depois o Guilherme disse-lhes:
- Venham connosco. Já se esqueceram que somos todos fantasmas!
Os dois amigos ficaram tristes, mas sabiam que tinham de ir para o submundo.
E agora perguntam vocês, leitores, o que é o submundo? Pois, mas isso fica para uma outra história…
Fim!
Texto escrito pelos alunos do 6ºE



Amor terrível
O ciumento assassino

Em tempos que já lá vão, havia um senhor que era muito feliz com a sua família. Ele considerava o seu papagaio como seu filho. O senhor era casado e gostava muito da sua esposa, mas começou a estranhar o comportamento da sua mulher.
Ela quase nunca estava em casa e inventava sempre uma desculpa para chegar mais tarde. Umas vezes era o trabalho, outras eram as amigas e outras era o trânsito….
O senhor Francisco Torradas Vieira Vinagre começou a pensar “Será que ela me anda a trair ou será que tem mesmo muito trabalho?”. O melhor é ir falar com o senhor Sem Nome. Esse senhor tinha este nome porque nunca disse a ninguém como se chamava e todos se perguntavam como se chamaria e já havia várias hipóteses, mas nunca ninguém tinha conseguido acertar no seu verdadeiro nome. Seria Pedro? Seria Inácio? Seria António? Não se sabe… Talvez Tio Martins? Ninguém sabe…
Como a dúvida se foi apoderando cada vez mais do seu pensamento, o senhor Francisco resolveu, então, ir falar com o senhor Sem Nome.
Foi de carro e a meio da viagem ficou sem combustível…
- O que fazer? – disse para si mesmo – Não tenho um cêntimo no bolso. E agora?
Como o carro parou no meio da estrada, ainda tinha de desviá-lo para a berma e deixá-lo bem fechado, não fossem assaltar o carro…
O senhor Francisco esqueceu-se que tinha trancado a porta e deixado a chave no seu interior e não havia ali perto pedras para partir o vidro. O que fazer?
Entretanto, passaram alguns carros, mas como nenhum parava, porque, provavelmente, tinha medo de ser assaltado, o senhor Torradas foi andando pela estrada até que encontrou uma cabine telefónica da Brisa. “Será desta que vou conseguir ajuda?” pensou.
Ele ligou para o 112 e do outro lado atendeu uma voz muito parecida com a da sua mulher:
- Boa tarde!
- Boa tarde!
- Em que posso ajudá-lo?
- Preciso de ajuda. O meu carro ficou sem gasolina.
- Onde está?
- Não sei, mas acho que é na IC24.
- Isso fica um pouco longe. Vai ter de aguardar que a ajuda chegue e isso vai demorar, porque o único reboque disponível está na oficina a ser arranjado e vai ser entregue dentro de momentos.
Quando o senhor Francisco desligou o telefone, reparou que se tinha enganado, pois viu uma placa a dizer IC16 e tentou ligar novamente para o número, mas ninguém atendia… “O que fazer?” replicou consigo mesmo, chateado por tudo o que lhe estava a acontecer.
De repente, um carro aproximou-se dele e quase parou. Ele reparou que o motorista era o senhor Sem Nome e decidiu colocar-se no meio da estrada para ver se o condutor parava, mas o outro, como se lhe tivesse lido o pensamento, contornou-o e prosseguiu o seu caminho.
Mais uma vez sozinho… Lamentava-se por não conseguir resolver mais um problema e só uma frase lhe surgia no pensamento “O que fazer?”.
Entretanto, passaram mais de vinte carros e nenhum parava.
Foi andando, andando e quando reparou já nem sabia onde estava o carro.
Entretanto, ouviu ao longe um som muito estranho e não conseguia perceber do que se tratava. Resolveu investigar, ou seja, esperar até que o objecto desconhecido, mas que era muito irritante e fazia muito ruído, chegasse mais perto e assim pudesse identificá-lo.
Ora, olhou, olhou e viu que um idoso conduzia aquela mistura de carro com lambreta e bicicleta.
Pediu se lhe dava boleia até casa, mas a sua resposta foi que não, pois não ia naquela direcção.
O senhor Torradas continuou o seu caminho até que encontrou uma estação de serviço, onde decidiu parar para descansar.
Quando chegou, estava cheio de sede e decidiu ir pedir uma garrafa de água. Então, dirigiu-se ao balcão e tirou uma senha. O seu número era 426 e o número apresentado era ainda o 350, por isso, teve de esperar uns longos minutos.
Quando chegou a sua vez, lembrou-se que não tinha dinheiro.
Como já estava a ficar desesperado, começou a chorar pela sua pouca sorte.
Subitamente, alguém se aproxima e pergunta-lhe:
- O que se passa?
- Nem sei bem por onde começar… é uma longa história…
- É fácil. Só tem de começar a falar e contar o que se passou desde o início.
- Bem… deixe-me pensar um pouco…
Entretanto, contou-lhe tudo o que lhe tinha acontecido e ainda teve tempo de lhe contar a história da sua vida. O senhor ouviu tudo com muita atenção e disse:
- Não precisa de dizer mais nada. Eu dou-lhe boleia até onde quiser.
- E o meu carro?
- Não se preocupe, pois o meu telemóvel tem internet móvel e eu trato de tudo.
E assim foi.
O senhor Francisco foi até a casa do senhor Sem Nome e bateu à porta.
A porta abriu-se e apareceu uma senhora, que ele desconhecia. Ela perguntou-lhe o que desejava e quando lhe explicou que queria falar com o Senhor Sem Nome, ela respondeu que esse senhor já não morava nessa casa.
Então, Francisco pensou que tinha voltado à estaca zero, mas quando olhou em frente, viu que o senhor que lhe tinha dado boleia ainda esperava por ele.
Como ele o tinha ajudado uma vez, pensou que poderia ajudá-lo uma segunda vez. Foi ter com ele rapidamente e os dois procuraram informações na internet.
Curiosamente, descobriram a morada de um Senhor Sem Nome num site e resolveram ir averiguar se era a mesma pessoa que ele tanto procurava.
Quando chegaram ao local, bateram à porta e um senhor veio falar com eles.
- Boa noite!
- Boa noite! O que desejam?
- Estamos à procura do Senhor Sem Nome. Conhece-o?
- Sim, sou eu.
- Mas este não é o senhor que eu tanto procuro… Não tem mesmo nome?
- Ter até tenho, mas não me lembro, porque tive um acidente de cavalo.
- Como?
- Estava a passear pelo campo e de repente uma cobra apareceu à frente do cavalo. Este assustou-se e levantou bruscamente as patas dianteiras e eu, como não esperava, desequilibrei-me e caí ao chão. Bati com a cabeça numa pedra e desmaiei. Digo isto porque quando acordei no hospital, um enfermeiro disse-me que o cavalo tinha aparecido ali perto e como eu não me lembrava de nada, deveria ter sido isto que me aconteceu. Afinal é o que, geralmente, acontece, quando aparece uma cobra perto de um cavalo.
- E esse acidente foi há muito tempo?
- Sim, aconteceu há sete anos.
- Como é viver sete anos sem saber nada do que aconteceu no passado?
- Sinceramente, não é fácil, mas espere… Estou a lembrar-me que nesse dia me tinha chateado com o meu melhor amigo e saí disparado de casa. Acho que foi isso…
- Mas…
- Espere… espere, estou a recordar-me de mais coisas… Tínhamos discutido, pois nessa tarde eu vim mais cedo para casa e … deixe-me lembrar… ele tinha gasto o nosso dinheiro todo, sem me dizer nada…
- Está bem. Desculpe, mas tenho pressa e preciso de encontrar alguém que procuro há muito, muito tempo…
- Só mais um minuto… O seu amigo, que está ao seu lado, é o amigo que me gastou o dinheiro todo!!!
- Ups! Fui descoberto! – disse baixinho o indivíduo – E agora… O que vou fazer?!
- Podes explicar-me por que razão me gastaste o dinheiro todo?
- Eu… hum… deixa-me pensar… o meu telemóvel está a tocar. Desculpem, mas tenho mesmo de atender a chamada.
Desviou-se um pouco deles e começou a falar.
- Desculpem-me, mas aconteceu uma desgraça e tenho de sair daqui o mais rápido possível.
- Já te conheço muito, muito bem e sei que isso é uma desculpa para fugires.
- Pois… pois… realmente tens razão! Se gastei o dinheiro foi por uma boa razão. Nem sequer me deixaste explicar. Saíste a correr e quando te fui ver ao hospital, nem me reconheceste.
- E por que motivo não me disseste nada estes anos todos?
- Porque tive vergonha. O nosso cão “Pantufa” estava muito doente e precisava de ser submetido a um tratamento muito caro. Era necessário fazer um transplante.
- Transplante?
- Sim, estava mesmo a morrer… – disse, tristemente, o indivíduo – porém, juntei o dinheiro que te devia e coloquei numa conta a prazo. Ia devolver tudo…
- Então, por que razão não o fizeste?
- Porque não sabia onde vivias. Quando tive coragem de ir ao hospital procurar-te, já tinhas saído. Entretanto, fui até à tua casa e nada, nem sinal de vida… não sabia o que fazer, por isso, continuei a minha vida normalmente…
- Bem… se foi isso mesmo que aconteceu. Então, estás perdoado.
- A sério?
- Sim, o importante é ter recuperado, finalmente, a memória.
O senhor Torradas pensou que tudo aquilo era surreal. Ele só queria encontrar o Senhor Sem Nome e perceber por que razão a sua esposa andava tão estranha. Enfim, pelo menos aqueles dois amigos tinham-se reencontrado e resolvido os seus problemas, mas e ele…
Regressou a casa e foi descansar. No dia seguinte, alguém bateu à porta. Quem seria? Foi ver.
- Bom dia!
- Bom dia! Soube que me procurou por vários sítios e não me encontrou. – disse o Senhor Sem Nome.
- Como? – O senhor Francisco estava perplexo.
- As notícias correm depressa... O que me quer? – perguntou.
- Quero saber o que se passa com a minha esposa. Ela anda tão estranha. Acho que me anda a trair. Mas entre por favor.
- Está bem. – disse o Senhor Sem Nome – Acho que é melhor esclarecer algumas coisas, pois pelo que estou a ver ainda corre o risco de se tornar num “ciumento assassino” sem qualquer necessidade.
- Como? Não percebo nada do que me diz!?
- É fácil, a sua esposa veio ter comigo ontem muito aflita porque não sabia onde tinha passado o dia. Aliás ela também anda desconfiada de si. Pensa que a trai com outra mulher.
- Eu? Como? O único amigo que tenho é o meu papagaio.
- Se assim for fale com ela. Nada como uma boa conversa para resolver tudo. – afirmou o Senhor Sem Nome – Sabe bem que os mal-entendidos geram problemas e podem destruir um grande amor. Ah, e os ciúmes também são tão perigosos que nem imagina.
- Isso quer dizer que nunca fui traído? – perguntou o Francisco.
- Sim. Não ligue aos comentários e tente saber a verdade. A sua esposa anda com muito trabalho, mas nunca deixou de gostar de si. A vida às vezes é muito complicada, no entanto um grande amor não deve deixar-se morrer por coisas sem importância. Não acha?
- Sim, realmente apesar de não ter nome, tem toda a razão.
- Ora, mais um bom exemplo do que os comentários das pessoas podem provocar. Eu tenho nome, mas lá está, o povo gosta muito de se meter na vida dos outros.
- Então diga-me qual é? Por favor, não me deixe curioso mais tempo!
- O meu nome é…
Subitamente caiu no meio do chão e o senhor Francisco desesperado chamou uma ambulância, mas não havia nada a fazer. Foi morte natural.
Como a vida é uma caixinha de surpresas: o senhor Francisco pensava que a esposa o traía e agora nunca saberia o verdadeiro nome do Senhor Sem Nome. Rapidamente, procurou a mulher que amava e conversou com ela. E os dois viveram juntos para sempre!
Fim!
Texto escrito pelos alunos do 6ºF

Teatro e dança intercultural

No passado dia 26 de Maio, os alunos do 5º G efectuaram o último ensaio da peça de teatro "Partilhar as Diferenças" no espaço da Biblioteca Escolar e depois dançaram ao ritmo de músicas interculturais. Os seus pais estiveram presentes.